Eu amo conversas, principalmente aquelas que ficam reverberando em mim.
E que com o tempo vão tomando formas e revelando uma realidade desconhecida. Quando essa realidade se revela começamos a entender questões que até então eram mistérios. Há palavras que quando ditas não produzem em nós significados, apenas o tempo e a vida nos farão saber suas verdades.
Com o passar dos anos, cada dia é uma descoberta para mim, quando penso que já me conheço o bastante, me surpreendo com novas informações.
A ausência de conhecimento sobre si mesmo, muitas vezes nos conduzem a perder o que realmente nos importa.
Há informações sobre nós, que teimamos em omitir para nós mesmos, coisas importantes que perdidas nos farão um falta enorme, mas não queremos, não podemos ver, afinal temos que manter a linha.
E assim, passado o tempo, uma conversa, apenas uma, nos revela...
Há oportunidades[1] que encontramos que são como tesouros, em geral esses tesouros não tem valor monetário no entanto tem alto preço, significam pra nós muito mais do que podemos confessar.
Quando nos damos conta, talvez já não haja mais a possibilidade de reversão e aquele tesouro inapreçavel *[2], pode estar perdido para sempre.
Anos atrás perdi um desses tesouros, talvez o que me sido mais caro, eu o perdi entre o meu orgulho e a minha soberba. As vezes eu ando por aí e vejo meu tesouro onde ele não está, talvez seja meu desejo de colocá-lo lá.
Velho Tema I
Vicente de Carvalho
Vicente de Carvalho
Só a leve esperança, em toda a vida,
Disfarça a pena de viver, mais nada;
Nem é mais a existência, resumida,
Que uma grande esperança malograda.
O eterno sonho da alma desterrada,
Sonho que a traz ansiosa e embevecida,
É uma hora feliz, sempre adiada
E que não chega nunca em toda a vida.
Essa felicidade que supomos,
Árvore milagrosa que sonhamos
Toda arreada de dourados pomos,
Existe, sim: mas nós não a alcançamos
Porque está sempre apenas onde a pomos
E nunca a pomos onde nós estamos.
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