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Nada me é mais caro do que as palavras dos que me amam, me admiram e tem por mim o respeito que mereço. Nada me é mais imprescindivel do que saber-me útil, ouvir atentamente o outro, dar alento e consolo a quem de mim necessita, estar ao lado em silencio, quando as palavras forem inuteis... poucas coisas sei fazer, então servir e a que sei melhor !

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Jornal instiga violência contra gays

Jornal instiga violência contra gays
Um ativista dos direitos homossexuais no Uganda, que fora identificado como gay por um jornal local, foi assassinado em casa, perto de Kampala, num crime que se suspeita ter motivos homofóbicos.

Ativista dos direitos dos homossexuais assassinado em Uganda



A polícia ugandesa confirmou a morte de David Kato, não querendo avançar mais detalhes sobre a “investigação pendente”. O advogado do ativista, John Francis Onyango, precisou que o assassinato se deu ontem, perto das 13h30, quando um homem entrou em casa de Kato, em Mukono, e o alvejou duas vezes na cabeça. Segundo Onyango, a polícia recebeu informação da matrícula do carro em que o suspeito assassino fugiu.

A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch, em comunicado divulgado esta manhã, refere, porém com base em testemunhos dados à polícia que o ativista foi agredido com duas pancadas violentas na cabeça, muito provavelmente com um martelo, e morreu já ao ser transportado para o hospital de Kawolo.

David Kato, militante da associação Minorias Sexuais do Uganda (Smug), fora identificado – com nome e fotografia – como sendo homossexual pelo tablóide ugandês "Rolling Stone" (sem qualquer relação com a revista musical norte-americana com o mesmo nome). Ele e outros dois homens eram identificados naquele artigo, o primeiro de uma longa série, publicado em 2010, intitulado “Enforque-nos” e no qual eram feito um apelo para “atar” os ativistas homossexuais.

Em Novembro passado, na esteira de uma queixa judicial apresentada por David Kato, um juiz proibiu aquele tablóide de continuar a publicar fotografias de pessoas identificadas como homossexuais, justificando que tal viola o direito à privacidade – até aí o jornal tinha publicado as fotografias de 29 pessoas, identificando-as pelo nome e, em alguns casos, dando as suas moradas.

Vários ativistas no país afirmam ter sido atacados devido àquela publicação e o próprio Kato já alertara ter recebido ameaças de morte.

Os atos homossexuais são considerados crime no Uganda, com penas previstas até 14 anos de prisão. Um deputado ugandês lançou uma proposta em Outubro de 2009 para que as penas fossem aumentadas, em alguns casos, até a pena de morte para os "criminosos reincidentes" – e contra a qual Kato fez campanha. A proposta acabou por ser abandonada, discretamente, depois de uma vaga de críticas da comunidade internacional.

O diretor do tablóide homofóbico, Giles Muhame, desvalorizou a relação entre os artigos que publicara e a morte do ativista: "É mau se ele foi assassinado e rezamos pela sua alma. Mas tem havido muitos crimes e [a morte de Kato] pode não se dever a ele ser gay. Nós queremos que o Governo enforque as pessoas que promovem a homossexualidade, não que o público as ataque. O que dissemos foi que devem ser enforcados, não apedrejados ou atacados", explicou citado pela agência noticiosa britânica Reuters.

Um comentário:

  1. Que absurdo!!! Crime é existir um lugar como a Etiópia (e outros, não menos destruídos moral e civicamente), crime é permitir que governantes machistas detenham o poder, crime é a cultura deteriorada que deixa a população refém de atos desumanos e cruéis, que reprime o amor e incentiva a violência!

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